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Planejamento de um texto argumentativo 

Conteúdos - Textos argumentativos (dissertação)

 Objetivos 
- Planejar um texto argumentativo
 - Analisar textos com ideias contrárias 

Tempo estimado Duas aulas

 Anos: Ensino Médio 

Materiais necessários - Cópias dos artigos "Brasileiro bonzinho?"(Veja, 2318, 24 de abril de 2013) e "Maioridade penal aos seis. Afinal, nessa idade eles já se vestem sozinhos", disponível no Blog do Sakamoto - Exemplares de artigos de opinião diversos 

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Introdução 

O texto argumentativo, especialmente as dissertações estudadas ao longo do Ensino Médio, geram dúvidas e inseguranças nos alunos. Obviamente a leitura, o contato com textos bem escritos - não necessariamente textos com os quais concordamos - e a prática da escrita cotidiana são atividades que garantem mais conforto para planejar e escrever. Nas últimas semanas o tema da redução da maioridade penal tomou a mídia e ganhou apoiadores de peso, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que exigiu mais rigidez na penalização de menores que cometem crimes hediondos. A posição pública do político causou polêmica e gerou discussões inflamadas na mídia e nas redes sociais, entre aqueles que defendem maior punição e os que acreditam que o grande problema da criminalidade entre os mais jovens é a ausência de políticas públicas eficientes. A discussão é um bom ponto de partida para estimular o debate e a produção de textos argumentativos. A polêmica, neste caso, é um bom ponto de partida para a melhor compreensão deste tipo de texto que, ainda que bastante comum, costuma ser pedra no sapato de muitos alunos. 

Desenvolvimento

1º etapa 
 Selecione previamente artigos de opinião publicados em jornais, site e revistas. Diversifique na sua escolha. Opte por textos de veículos diferentes ou que abordem temas distintos como esporte, política, economia e saúde. Inicialmente, explique que todos pertencem ao mesmo gênero (opinativo). Conte que ele está presente nos jornais e revistas e também na escola, já que o texto de um articulista se aproxima do que os alunos fazem no dia a dia e que farão no final desta sequência. Ressalte também outros itens fundamentais como coerência, coesão e utilização da norma padrão. Se necessário, projete os artigos e faça intervenções, destacando os trechos que mostram que os parágrafos estão relacionados ou que o artigo tem começo, meio e fim, por exemplo. Demonstre como se configuram a introdução, o desenvolvimento e a conclusão em cada um dos textos. Destaque como é utilizada a norma culta. É possível que as gírias, expressões e abreviaturas devem ser evitadas, a não ser que estejam relacionadas ao tema e sejam necessárias para a argumentação.

 2º etapa 
Provoque os alunos para que reflitam sobre o tema. Pergunte o que acham sobre a redução da maioridade penal, proposta por alguns setores da sociedade como uma resposta para combater a violência juvenil. Eles concordam? Acreditam que a medida diminuiria os índices de violência? Para eles, alguém com 16 anos já pode ser encaminhado a uma cadeia convencional? É fundamental que os estudantes argumentem, mas tome cuidado para não perder o controle do debate! Deixe claro que a discussão serve para levantar argumentos, para ouvir e falar. O texto que eles vão produzir é o lugar certo para cada um mostrar o que pensa. Conclua esta etapa com a solicitação de uma pesquisa. Individualmente ou em dupla, os estudantes deverão pesquisar textos e dados a favor e contra a redução da maioridade penal. Neste momento, não importa o ponto de vista que defendam, mas os dados que possam justificar tanto um quanto outro argumento.

 3º etapa 
 Para a apresentação das pesquisas feitas pelo grupo, divida o quadro em duas partes. De um lado você vai anotar os argumentos a favor e, do outro, os contrários. Após a conversa, distribua dois textos para leitura coletiva e análise: - "Brasileiro bonzinho?", da escritora Lya Luft (Veja, 2318, 24 de abril de 2013) - "Maioridade penal aos seis. Afinal, nessa idade eles já se vestem sozinhos", do jornalista Leonardo Sakamoto, publicado em seu blog Peça que os estudantes destaquem os principais pontos. Faça questionamentos para conduzir uma análise dos textos. É possível encontrar superficialidade nos exemplos? As teses defendidas estão claras e de acordo com os argumentos? Os parágrafos estão relacionados? No caso, tanto a escritora quanto o jornalista são coerentes. Então, o que pode levar um dos lados a parecer mais correto que o outro? Reflita com a turma a respeito do papel das medidas sócio - educativas. A condenação ao cárcere para quem comete crimes deve ser meramente punitiva? Há solução a curto prazo para resolver o problema da violência? Quais medidas poderiam ser tomadas pelo Estado para garantir oportunidades de educação e trabalho? Políticas como essas evitariam o envolvimento dos jovens com o crime? Ou isso é uma utopia?

 Avaliação

 Para finalizar, peça que cada um escreva um parágrafo que resuma seu ponto de vista. O desafio é desenvolver a partir daí uma dissertação completa. É possível utilizar os textos estudados como apoio. Além da dissertação com a opinião real de cada um, peça que escrevam defendendo o outro lado da questão. Esta é uma atividade útil para exercer a argumentação. A partir dos textos produzidos e do debate realizado em sala, observe se os alunos foram capazes de compreender as características do texto dissertativo-argumentativo; observar que a divisão entre as partes do texto existe em função do argumento; compreender que a boa argumentação não necessariamente nos convence, mas está embasada em dados, fatos, informações e ideias; produzir textos dissertativos-argumentativos sob pontos de vista distintos.

 André Rosa Professor de Literatura e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

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